O documentário “O Contestado - Restos Mortais”, dirigido pelo cineasta blumenauense Sylvio Back, foi finalizado em abril de 2009, após quase cinco anos de produção. O episódio, marcado por massacres e crimes, foi desencadeado em território catarinense e paranaense entre 1912 e 1916 por questões de fronteira e disputa de terras entre os dois estados.
O governo do Estado, por meio do Funcultural, foi um dos patrocinadores do filme, que está entre os selecionados para participar do 38º Festival de Cinema de Gramado - maior evento cinematográfico da América Latina -, na categoria longas nacionais.
O Secretário de Estado de Turismo Cultura e Esporte, Valdir Walendowsky, ressalta a relevância do trabalho. “Além de ser uma produção de alto nível cultural para Santa Catarina, contribui para a promoção turística de uma região riquíssima, o Vale do Contestado, onde são desenvolvidos muitos produtos associados à cultura”, comenta.
O Festival de Cinema será realizado de 06 a 14 de agosto na serra gaúcha. Durante nove dias o cinema nacional e latino-americano será o tema central de exibições, debates, encontros, mostras competitivas e paralelas, com a presença de atores, diretores e jornalistas interessados em cinema.
O filme de Back combina registros históricos, dramatização, depoimentos de especialistas e relatos de um grupo de médiuns em transe, que incorporam jagunços, mulheres e soldados que teriam participado do conflito. O documentário reconstitui a Guerra do Contestado, capítulo sangrento da história de Santa Catarina que envolveu milhares de civis e militares.
O cineasta observa que a Guerra do Contestado é um fato pouco conhecido e estudado pelo historiografia brasileira. “O documentário é uma forma de resgatar essa verdadeira guerra civil que aconteceu no interior de Santa Catarina e de dar visibilidade ao tema e ao estado”, explica. O episódio foi o primeiro movimento armado pela posse de terras no Brasil no século XX.
A pré-estréia deve acontecer ainda este ano, em Florianópolis. Sylvio Back desenvolve um projeto para apresentar a obra em circuito itinerante para o grande público, privilegiando as grandes cidades do litoral catarinense e os municípios que foram palco do conflito.
