Uma viagem ao tempo nos transporta aos anos 30 e 40. A história é relatada por quem era criança naquela época, em Santa Catarina, e também descendente de alemão. Sem Palavras (52 min.), dirigido por Kátia Klock, será lançado na próxima quinta-feira 7, às 20 horas, na sala de cinema do Centro Integrado de Cultura (CIC). Na sexta-feira 8, às 13 horas, Sem Palavras será exibido durante o III Simpósio sobre Imigração e Cultura Alemãs, no auditório do Tribunal de Contas do Estado. O documentário foi exibido pela primeira vez na semana passada em Pomerode, Joinville e Blumenau para uma plateia de 800 pessoas em cinco sessões lotadas.
O excelente retorno de um público emocionado surpreendeu a equipe da Contraponto, produtora responsável pelo documentário, que vai providenciar cópias em DVD já com versão bilíngue, conforme os pedidos. “Gostaríamos de garantir um incentivo para que a primeira tiragem de mil DVDs fosse distribuída gratuitamente a instituições culturais e de ensino”, reinvidica a diretora e roteirista. O secretário estadual de Turismo, Cultura e Esporte, Gilmar Knaesel, presenciou a pré-estreia em Pomerode e acompanhou as solicitações do público.
A equipe pretende que o documentário entre em sala de aula e seja disponibilizado em bibliotecas e centros culturais. O média-metragem foi realizado graças ao Prêmio Cinemateca Catarinense/Fundação Catarinense de Cutura 2007, que garantiu a produção. Para as exibições que a equipe pretende fazer pelo Estado, e também para a distribuição do DVD, a produtora estuda formas de apoios, parcerias e colaboração.
Sem Palavras conta um lado da história que não é oficial, a qual não aprendemos na escola. Durante a Segunda Guerra existiram no Brasil 12 “campos de concentração” (denominação da época), dois ficavam em Santa Catarina, para onde eram levados alemães, italianos e japoneses - também perseguidos e presos nesses locais de confinamento. "Nossa investigação recupera histórias vividas por descendentes de alemães no Estado, quando foram proibidos de falar outra língua que não fosse o português. Alguns, claro, tinham ligação com o partido nazista. Mas como a perseguição era generalizada, muitas famílias inocentes ficaram marcadas pelo medo", conta Kátia Klock, que se debruçou durante oito anos no assunto. A jornalista está impressionada com as declarações recebidas no final de cada sessão do documentário e mesmo por quem ainda não assistiu e envia mensagens por e-mail relatando seu caso. Sem Palavras provoca reflexões e incita quem passou por algo parecido a contar a sua história.
Assessoria de imprensa do evento