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Com um número estimado de 16,3 milhões de visitantes em 2019, o turismo ocupa posição de destaque na economia catarinense. O setor responde por 12% do PIB estadual e R$ 630 milhões em arrecadação de ICMS em 2019. A movimentação econômica induzida pelas atividades turísticas, entre 2018 e 2020, foi de aproximadamente R$ 33 bilhões, conforme levantamentos da Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina (Santur) e Fecomércio, considerando a ocupação hoteleira, visitação a atrativos e realização de feiras e eventos. 

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Foto: Markito/Santur

Os dados integram um diagnóstico realizado pela Santur e trazem uma visão geral da economia do turismo em Santa Catarina, num documento com 56 páginas. O levantamento também buscou estimar as consequências da pandemia do novo coronavírus para o setor, diretamente impactado pelas restrições de circulação de pessoas a partir de meados de março. Outros objetivos do documento foram apresentar o posicionamento da Santur frente à situação e as ações e projetos empreendidos para apoiar a retomada das atividades turísticas no estado.

Além das cifras positivas, o estado tem a seu favor a imagem de qualidade e segurança dos produtos e destinos turísticos, reconhecida com inúmeros prêmios, como o título de “Melhor Estado Brasileiro para Viajar”, da revista Viagem e Turismo. Santa Catarina conquistou o troféu 12 vezes e por anos consecutivos em várias ocasiões. As 13 regiões turísticas abrigam perto de 400 atrativos de destaque e quase 3,5 mil pontos turísticos, conforme mapeamento realizado pela Federação Catarinense de Municípios (Fecam).

  • - Este diagnóstico permite avaliar e atender as demandas do trade turístico, principalmente nesse momento. Temos agora números concretos do real cenário econômico, conseguimos realizar este levantamento, que era esperado há muito tempo, e que auxiliará não só Governo como todo o setor - disse Leandro "Mané" Ferrari, presidente da Santur.

+++ Acesse o Diagnóstico Econômico e Plano de Retomada do Turismo Catarinense - Santur

 

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Reflexos da pandemia

A característica transversalidade do turismo, que interage com mais de 50 atividades produtivas, explica porque a pandemia afetou de forma significativa centenas de pessoas, que repentinamente se confrontaram com um cenário de incertezas quanto aos empregos e salários. Segundo registros da Junta Comercial do Estado de Santa Catarina (Jucesc), são cerca de 100 mil empresas vinculadas ao turismo, com um perfil predominante de microempresas e microempreendedores individuais (MEI).

Outro dado relevante para o estado está relacionado à economia de eventos. Calcula-se que o segmento gere em torno de 15 mil postos de trabalho e R$ 1,5 bilhão em negócios por ano em Santa Catarina. Embora a maioria sejam eventos pequenos (85% do total), com movimentação média estimada em R$ 200 mil por evento, um grande evento movimenta em torno de R$ 15,3 milhões.

 

A pandemia atingiu cerca de 7,5% dos eventos que seriam realizados no estado entre março e agosto de 2020. O impacto na movimentação econômica média acumulada nesse período soma R$137,6 milhões, especialmente devido aos eventos grandes que, por necessária precaução, deixaram de acontecer.

De acordo com estudo da FGV sobre os impactos da pandemia no turismo, as atividades somente retornarão ao nível próximo da normalidade em meados de 2021, isso se situação estiver estabilizada até julho de 2020. Com a retomada, o setor deverá crescer 16,9% ao ano até 2022 e 2023 para compensar a perdas estimadas em R$ 116,7 bilhões no biênio 2020-2021 em todo o Brasil.

 

Transportes e hotelaria

O isolamento social e as restrições de mobilidade adotados para evitar que o novo vírus viajasse de um ponto a outro refletiram em outros serviços cuja sobrevivência está ancorada no turismo, como é o caso dos transportes e dos meios de hospedagem.

Como medida preventiva, o Governo do Estado decretou, em 17 de março, o isolamento social e uma série de outras medidas, entre elas a suspensão dos serviços de transporte municipal, intermunicipal e interestadual. Com isso, a circulação de ônibus no mês de março foi de apenas 8,8% em comparação com 2018 e 2019. Consequentemente, número de passageiros também caiu: apenas 69,2 mil usuários, um número 82,6% menor em relação ao mesmo mês em 2018 e 2019.

A pandemia também desestimulou usuários de transporte aéreo, levando muitas empresas a reduzir a oferta de voos em todo o país. A malha aérea em Santa Catarina teve uma redução de quase 60% no mês de março de 2020, período em que o isolamento social foi mais restritivo. Dos seis aeroportos do estado, o de Chapecó teve o menor índice de cancelamentos (36,3%), enquanto o aeroporto de Lages teve 74,4% dos voos cancelados, o maior índice no estado.

A partir da metade de março, quando iniciou a quarentena, a ocupação hoteleira esperada foi reduzida de 52% para 40%. Mas abril foi pior em termos de expectativa de ocupação, caindo de 58% para 10%. A percentagem apresentada em abril se deve à liberação de funcionamento, com regras específicas determinadas pelo Governo do Estado (Portaria 244). Os estabelecimentos mais afetados foram justamente aqueles que estão mais próximos dos atrativos turísticos, e em menor escala aqueles localizados próximos de hospitais ou em rodovias.

O impacto econômico acumulado nesses dois meses é estimado em R$9 milhões e até dezembro de 2020 se estima um impacto de aproximadamente R$32 milhões na hotelaria de Santa Catarina. Nas análises do segmento, a normalidade da ocupação deve ocorrer em até 11 meses após o início do isolamento social.

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Empresas

Pesquisa realizada pelo Sebrae apontou que metade das empresas do setor do turismo interrompeu seus trabalhos e 4% encerraram as atividades. Parte dos empresários (46%) buscou alternativas para manter os negócios, enquanto uma parcela de 7% das empresas optou por não alterar a forma de funcionamento. A pesquisa também apontou que, entre março e abril de 2020, 31% das empresas ligadas ao turismo adotaram mudanças como: trabalho remoto (home office) (82%), rodízio de funcionários (8%), redução de horários (13%) e apenas entregas ou atendimento online (10%).

Para muitos empreendedores, manter e expandir os negócios em meio a crise significa recorrer à renegociação de despesas. Este posicionamento foi confirmado por 40% dos participantes da pesquisa realizada pela Santur com o trade turístico catarinense. Outras medidas, nessa mesma proporção, são adiar investimentos e realizar financiamentos ou empréstimos. A adaptação na oferta dos serviços tem menos adeptos: 16% declararam que pretendem ou já aderiram ao modelo de delivery e take away; 20% aos serviços online; e 21% à realização de parcerias com outras empresas e fornecedores.

 

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Atuação da Santur

Desde o início da crise, o foco da Santur foi buscar soluções e auxiliar o setor a retomar o ritmo, com base em cinco pilares: valorização das pessoas, transparência e aproximação, fortalecimento regional, análise de dados e cenários e equilíbrio econômico. A construção de propostas deriva do contínuo diálogo com outros órgãos públicos e com a participação do trade turístico e da sociedade civil organizada.

Ativa na gestão da crise encabeçada pelo Governo do Estado, as principais linhas de atuação da Santur foram a avaliação econômica da situação, inteligência estratégica, transparência com publicidade de informações para o setor, suporte operacional e suporte legislativo a outros órgãos. Além disso, a estratégia da Santur pós-pandemia tem como tripé o desenvolvimento do turismo regional, a geração de empregos e a capacitação dos atores. Para isso, está priorizando ações e projetos voltados para o reconhecimento do turismo como força econômica, parcerias e agregação dos produtos turísticos no estado. 

Para o fortalecimento do turismo, algumas ações foram colocadas em marcha já no início da crise, como a negociação de linhas de crédito e estruturação da legislação, como a Lei Estadual do Turismo e estruturação do Plano Estadual de Turismo. Outras ações de caráter imediato são a desburocratização das parcerias público-privadas e a construção de uma plataforma para exposição de produtos turísticos do estado. 

A médio prazo, estão previstas no planejamento da Santur entregas de infraestrutura e concessões, caso do Centro de Eventos de Balneário Camboriú e do Programa de Sinalização Turística. Ainda, entre médio e longo prazo, estão estruturação de dados do setor, com a padronização de metodologias e fortalecimento do Observatório do Turismo. Também, ampliar a promoção de destinos e as capacitações.

Dentre as poucas certezas para o momento, a remodelação do mercado é uma delas, especialmente quanto às medidas de segurança sanitária. Assim como, será indispensável repensar posicionamentos frente à crise, seja no setor público ou no privado, o que determinará o sucesso da retomada econômica do turismo. 

O fortalecimento do turismo regional, tendência apontada por inúmeras pesquisas, passa pela melhoria de infraestrutura e sinalização, estímulo das práticas de sustentabilidade, sanitização e controle da informação, além da capacitação e planejamento, incluindo planos de contingência para situações de emergência.

As mudanças deverão afetar mais o turismo de massa, que deverá revisar a oferta de produtos considerando uma maior dispersão do público em áreas populares e melhores práticas de higienização. No “novo normal”, medidas como registro da condição de saúde do visitante e checagem de temperatura se tornarão práticas corriqueiras.

 

Ficha técnica - Diagnóstico Econômico e Plano de Retomada do Turismo Catarinense - Santur

Elaboração:
Bianca Pinto Vieira
Renê Ernesto Meneses
Dalvana Maisa Keller

Design e diagramação:
Matheus da Silva Duarte/Gerência de Marketing Digital

 

Informações adicionais para a imprensa:
Carla Coloniese e Renan Koerich
Assessoria de Imprensa
Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina (Santur)
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Site: www.setur.sc.gov.br

 

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