Nas Paralimpíadas Escolares, realizadas em Natal (RN) de 23 a 27 de novembro, Santa Catarina conquistou 33 medalhas, fechando em quinto lugar com 296 pontos. Foram 20 medalhas de ouro, 9 de prata e 4 de bronze. No tênis de cadeira de rodas os catarinenses ficaram em primeiro lugar. No atletismo e na bocha paralímpica em segundo e no tênis de mesa, em terceiro lugar. Na natação o Estado ficou em quinto.
Na bocha paralímpica, Santa Catarina disputou três finais e venceu todas. Em uma delas, disputa de primeiro e segundo lugar. Gabriel Rodrigues de Andrade, da Escola Municipal Ariribá, de Balneário Camboriú, foi ouro na classe BC2B, conquistando o quarto título brasileiro. Gabriel Prezzi, da Escola Municipal Dona Lili, também de Balneário Camboriú, foi ouro na classe BC2A.
Já Daniel Pereira, da Escola Antônio Ataíde dos Santos, de Joinville, foi outro ouro na bocha paralímpica classe BC3B, vencendo na final a catarinense Júlia Pereira Marcelino, da Escola Reino Azul, de São José.
Os meninos do tênis de mesa em cadeira de rodas, de Itajaí, fizeram bonito e foram campeões com Jocélio Torquato e Luiz Henrique, ambos da escola Nilton Kuckuer, e João Dias, da Escola Municipal Vitor Meireles.
O evento, promoção do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), envolveu cerca de 700 atletas de todo o Brasil. A delegação estadual, composta por 48 atletas, foi gerenciada pelo Governo de Santa Catarina, por meio da Fesporte, com apoio da Secretaria Estadual de Educação.
Na classificação geral São Paulo ficou em primeiro lugar com 412 pontos, seguido do Rio de Janeiro, em segundo, com 366, e Minas Gerais em terceiro lugar com 316 pontos.
Naiara: exemplo de força de vontade
Ela não ganhou medalha de ouro, nem foi a melhor atleta da competição, entretanto, pode-se dizer que Naiara Gaulke, da bocha paralímpica, sintetiza todo o esforço dos atletas catarinenses nas Paralimpíadas Escolares, que terminou na sexta-feira (27), em Natal (RN). Assim como os 48 competidores que representaram o Estado, ela ajudou na pontuação geral.
Naiara, assim como boa parte dos competidores catarinense, teve que superar seus limites físicos para competir em Natal. Nascida com paralisia cerebral a atleta precisa de auxilio de uma pessoa, no caso a mãe, que usa uma calha onde o bola desliza até a quadra. Participando pela primeira vez da etapa nacional, com apenas 14 anos e há dois praticando bocha, já é a quarta melhor atleta do Brasil fazendo jus à concepção do esporte como fator de inclusão social.
Para chegar a esse patamar teve que participar de treinamentos especiais, saindo de Blumenau, onde mora, para São José, especificamente para a Fundação Municipal de Esportes do município. Teve à disposição cinco profissionais entre treinadores e fisioterapeutas. O esforço do grupo deu certo.
“Essa menina nunca teve um resultado tão expressivo. Ela se superou, tirou tudo que passamos para ela. É o primeiro ano dela no nacional e já beliscou a Bolsa Atleta e a medalha de bronze. A principio não esperávamos que ela ganhasse nenhum jogo, pois os treinamentos diziam isso (venceu dois) e ela mostrou toda a sua força, pois cresceu durante a competição”, diz a professora de educação física e integrante da delegação catarinense Gisele Chirolli.
Segundo a educadora, mais que medalha, o esporte mudou a vida da família de Naiara. “A mãe dela, que é a calheira na bocha, vê a vida com os outro olhos agora, uma vida transformada. A gente percebe que ela sorri e que ficou até mais bonita. Isso é a força do paradesporto, que tem a capacidade de transformar as pessoas para melhor”, enfatiza a professora.
“A minha filha superou todas as expectativas, estou muito feliz com a participação dela aqui em Natal”, confessa a mãe de Naiara, Maike Gaulke.
Texto e fotos: Antonio Prado
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