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Florianópolis, 9 de maio 2012- A segunda parte do I Seminário Turismo Sustentável e Infância SC contou com duas palestras que serviram para que Santa Catarina pudesse obter informações de cidades onde as políticas públicas voltadas para esta temática estão mais desenvolvidas.

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Priscila Linhares Albino, Promotora de Justiça - Foto: Saul Oliveira/SOL/ASCOM

A coordenadora da ONG Childhood Brasil, Gorete Vasconcelos, fez um resgate sobre conceito da violência sexual contra crianças e adolescentes. Segundo ela, é essencial  entender que a exploração sexual precisa ser combatida com políticas públicas que garantam à família subsídios suficientes para que ela forneça educação adequada aos filhos e, ao mesmo tempo, que o Estado garanta condições de moradia e emprego. “Somente desta maneira a prostituição infanto-juvenil deixará de ser visto como a única alternativa da família colocar suas crianças em situação de exploração sexual”, comentou.

E foi com políticas públicas bem desenvolvidas que a prefeitura de Fortaleza conseguiu diminuir drasticamente o número de crianças e adolescentes explorados sexualmente. A política municipal de Enfrentamento à Violência Sexual é concretizada por meio da Rede Aquarela,criada em 2007, e formada por instituições de responsabilização, atendimento, controle social, participação e produção de conhecimento, informou a coordenadora de curso de Turismo da Escola Paulo Petrola e consultora de Turismo Seduc, Luiziânia da Silva Gonçalves.  Ela também destacou que a Prefeitura vem se articulando com o Governo do Estado, Ministério Público, Poder Judiciário, Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa), Conselhos Tutelares e de Direitos, dentre outras instituições. “Integrar todos em uma rede única de enfrentamento é o caminho para exterminarmos a prática de exploração sexual de crianças e adolescentes”.

O corpo técnico da SOL, por meio da diretora políticas integradas do lazer, Elisa Wypes Sant´Ana de Liz, apresentou a platéia as diretrizes de enfrentamento da exploração sexual infantil e de adolescentes no estado. “Este é o nosso primeiro seminário e a partir de agora iremos percorrer as dez regiões turísticas de Santa Catarina para formarmos multiplicadores do Turismo Sustentável e Infância, ou seja, cada região terá autonomia para tratar do problema e assim podermos formar uma rede integrada de combate a este problema”, afirmou.

A analista de turismo da Sol, Daniela Castro, apresentou um panorama do que o estado já tem realizado para enfrentar o problema. "Apesar das dificuldades estamos trabalhando em conjunto com a Secretaria da Assistência Social e o Ministério do Turismo no desenvolvimento de campanhas contra a exploração sexual de crianças e adolescentes", comentou.

A promotora de Justiça e coordenadora geral do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude, Priscila Linhares Albino, encerrou o ciclo de palestras argumentando que o número de denúncias pelo Disque 100 ainda é muito baixo quando o assunto é exploração sexual de crianças e adolescentes. “As pessoas tendem a não se importarem ao ver uma adolescente se prostituindo na beira da estrada. Costumam a dizer que esses adolescentes já estão nesta vida porque querem”, comentou. “A única maneira de acabar com o problema é contar com toda sociedade para que utilizem o disque 100 também para prostituição infanto juvenil. Segundo a promotora, o último mapeamento das rodovias federais brasileiras mostra que na região Sul do país existiam, no biênio 2009/2010, 399 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes. Em Santa Catarina, o levantamento chegou a 78 pontos passíveis de ocorrer exploração sexual de menores.

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