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A Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte de Santa Catarina (SOL), em parceria com o Ministério do Turismo (MTur), promoveu o I Seminário Turismo Sustentável e Infância/SC. A abertura do evento aconteceu na manhã desta quarta-feira (9) no auditório da SOL, em Florianópolis, com a participação de cerca de 100 pessoas. O objetivo do encontro, que segue até às 18h30, é discutir temáticas relacionadas à exploração sexual de crianças e adolescentes no turismo.
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Foto: Saul Oliveira/SOL/ASCOM

 

 

A mesa de autoridades foi composta pelo secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte de Santa Catarina, José Natal Pereira, pelo coordenador geral do programa Turismo Sustentável e Infância do MTur, Adelino Neto, pelo presidente da Santa Catarina Turismo S/A (Santur), Valdir Rubens Walendowsky, pelo presidente da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Joceli de Souza, pelo presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Leonardo Thives, e pela presidente do Conselho Estadual de Turismo, Joseli Ulhôa Cintra.

 

O turismo é a atividade econômica que mais cresce no mundo. No Brasil, o setor representa 3,3% da economia. De acordo com o coordenador geral do programa Turismo Sustentável e Infância, Adelino Neto, o desenvolvimento econômico deve caminhar de mãos dadas com o desenvolvimento social. “Turismo sexual é crime. O Brasil busca o desenvolvimento para ser a 5ª maior potência do mundo. É inadmissível alcançar essa condição violando direitos de crianças e adolescentes. Por isso, desde 2004 o Mtur está preparado e vem reforçando ações de turismo sustentável e infância”, comentou.

 

O presidente da Santur, Valdir Rubens Walendowsky, reforçou o compromisso do Estado em combater a exploração de crianças e adolescentes no turismo. “Nós vamos continuar trabalhando para fazer de Santa Catarina o melhor destino turístico do Brasil. Faremos o possível, em conjunto com outros estados do país, para deixar de lado essa prática criminosa”, disse.

 

Em Santa Catarina, a atividade turística responde por 12,5% do PIB e impacta diretamente a vida de 700 mil pessoas. “Se alcançamos esse índice é porque Santa Catarina vem se aperfeiçoando para oferecer um turismo de qualidade e com segurança, mas ainda há muito a fazer. Há 78 pontos de exploração sexual de crianças e adolescentes apenas nas estradas federais do estado. Nós temos a preocupação de erradicar essa prática em Santa Catarina. Já estão programados dez cursos para formar multiplicadores nas dez regiões turísticas catarinenses para dar continuidade às ações do programa”, comentou o secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Santa Catarina, José Natal Pereira. Segundo dados do Ministério Público de Santa Catarina, mais de 500 crianças e adolescentes são vítimas de abuso sexual no estado todos os meses. Estima-se que esse número represente apenas 10% do total das ocorrências.

 

A primeira palestra do dia foi ministrada pela representante do Centro de Excelência em Turismo (CET) da Universidade de Brasília (UnB), Elisângela Machado. Com o tema “Prevenção à exploração sexual no turismo”, a palestrante falou sobre perspectivas e desafios. O CET e o MTur desenvolvem ações de enfrentamento à exploração de crianças e adolescentes no turismo. De acordo com Elisângela, a instituição do programa Turismo Sustentável e Infância do MTur foi um marco no combate a essa prática por determinar que todos os estados tenham uma política de prevenção. “É preciso colocar em pauta no setor do turismo a exploração sexual de crianças e adolescentes e o tráfico de pessoas, alertar como o setor pode identificar, prevenir e denunciar”, explicou.

 

A palestrante salientou que o turismo não é a causa da exploração e reforçou a importância de os profissionais do setor reafirmarem o compromisso com a proteção da infância e da adolescência, de modo a impedir a utilização dos equipamentos turísticos para fins de exploração sexual. Entre os desafios expostos estão o comprometimento e o envolvimento do setor empresarial, o estímulo ao turismo sustentável, pautado por princípios éticos, o financiamento contínuo das ações e a formação continuada do setor turístico.

 

Na sequência, a plateia assistiu à palestra “A experiência do Código de Conduta do Rio Grande do Norte”, proferida pela presidente da ONG Resposta, Jurema Dantas da Silva. A ONG Resposta promove os direitos da criança e do adolescente através da mobilização e articulação dos diversos setores da sociedade, por meio de projetos e parcerias. Sendo uma das autoras, Jurema explica que o Código de Conduta do RN é um instrumento de livre adesão que convoca os empresários do setor turístico a assumirem um compromisso público. O objetivo do documento, instituído em 2002, é regular a conduta dos empresários do setor contra a exploração sexual de crianças e adolescentes. Atualmente, o código conta com 123 empresas signatárias.

 

No final da manhã, a vice-presidente de Recursos Humanos da Rede Atlântica Hotels, Dináurea Cheffins, compartilhou experiências durante a palestra sobre o enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes nas grandes redes hoteleiras. A conscientização de todos os envolvidos no setor turístico foi destacado como aspecto fundamental no processo. “Não podemos ser apenas assistencialistas, é preciso abraçar, assumir a causa como nossa responsabilidade. É necessário disseminar conhecimento sobre o assunto para funcionários, diretoria, hóspedes, acionistas, fornecedores, enfim, para todos os atores. Temos o compromisso de ser uma força multiplicadora”, afirmou. A rede oferece treinamentos relacionados à temática aos colaboradores a cada três meses.

 

 

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