Na manhã desta terça-feira (14), em evento paralelo à edição cinquentenária dos Jasc, em Brusque, autoridades se reuniram para apresentação da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) sobre o 20º Campeonato Mundial Adulto Feminino, que será realizado em Santa Catarina entre 3 e 18 de dezembro de 2011. Na ocasião, o secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Valdir Walendowsky, e o presidente da CBHb, Manoel Luiz Oliveira, assinaram termo de compromisso para a realização da competição. Também participaram do encontro o presidente da Fesporte, Pedro Lopes; o prefeito de Brusque, Paulo Eccel; o diretor de marketing da CBHb, Fabiano Redondo; o presidente da Confederação Catarinense de Handebol, Eder Martins; o jornalista esportivo Roberto Alves; além de outras autoridades.
Foto: Saul Oliveira (SOL-ASCOM)
O prefeito de Brusque, Paulo Eccel, disse que a cidade se sente orgulhosa de ser uma das sedes. "Desde o início achei a ideia de o Brasil sediar um campeonato dessa envergadura bastante sedutora e, para nossa alegria e satisfação, agora no clima do cinquentenário dos Jasc, temos a confirmação de Brusque como uma das sedes do campeonato. Sabemos que isso exigirá muito de todos nós, mas é importante estabelecermos os objetivos para que nossa cidade, nosso Estado e nosso país possam respirar esporte, que é uma ótima fonte de saúde", destacou.
Já o secretário Valdir Walendowsky salientou a importância da captação de grandes eventos como este Mundial para o Estado. "Temos que trabalhar cada vez mais para atrair novos eventos para Santa Catarina, já que turismo, esporte e cultura são fatores de desenvolvimento social e econômico do Estado", disse.
Manoel Luiz Oliveira, presidente da Confederação Brasileira de Handebol, destacou que o evento é um grande marco para o país, pois se trata do primeiro Mundial a ser realizado nas Américas. "É também a maior responsabilidade já comprometida por um país das Américas. Temos certeza que esse será um evento da mais alta importância e não queremos fazer mais um e, sim, o melhor Mundial. Pode ter certeza que cada catarinense e cada brasileiro terá orgulho disso", afirmou, sendo que a CBHb tem como referência o campeonato da França, em 2007.
"Não tivemos dificuldades em trazer o campeonato para Santa Catarina pelo momento político, econômico e social ímpar que o país está vivendo, além do grande apelo do Estado, que tem as melhores arenas do país, atrativos naturais, qualidade de vida e força na modalidade. E, claro, porque contamos com a abertura e a vontade política do Estado, que são muito importantes nesse processo", disse Oliveira. “E mais: nós vamos ganhar uma medalha nesse campeonato”, completou.
O diretor de marketing da CBHb, Fabiano Redondo, apresentou um resumo de como será feita a organização do Mundial. Também destacou a importância do campeonato como negócio turístico, econômico e de visibilidade para o Estado e as cidades sede.
O jornalista Roberto Alves elogiou a iniciativa. “Estou impressionado com a seriedade que está sendo tratado este assunto de tanta magnitude. Se perdemos a Copa do Mundo de futebol, devemos ficar felizes porque ganhamos o Mundial de Handebol Feminino. Santa Catarina tem toda a condição de receber este evento”.
De acordo com Pedro Lopes, presidente da Fesporte, as próximas medidas de planejamento do Mundial são o agendamento de reuniões com prefeitos das cidades-sede para elaboração de cronograma de atividades e a nomeação oficial dos membros da Comissão Central Organizadora (CCO).
“Quero compartilhar esta conquista, que tem que ser trabalhada. Vamos envolver nossos parceiros nacionais, pois o engajamento tem que ser de todos. Santa Catarina vai se apresentar como a sede turística do Brasil e o nosso compromisso é trabalhar o máximo possível pra fazer o melhor”, concluiu Walendowsky.
Foto: Saul Oliveira (SOL-ASCOM)
Mundial Adulto Feminino de Handebol
O campeonato é um evento esportivo bienal e sua última edição foi disputada na China, em 2009. Historicamente participam do torneio 24 seleções, sendo que para 2011 estão classificadas apenas as equipes do Brasil, por ser sede, e da Rússia, atual campeã.
De acordo com Fabiano Redondo, devido à tradição na modalidade, a previsão é que cerca de 50% das delegações sejam europeias. “Devemos ter a participação de três seleções da África, três da Ásia, outras três pan-americanas, uma da Oceania, e 10 a 12 da Europa”, afirmou. A primeira seletiva para o Mundial será o Campeonato Europeu, na Dinamarca, em dezembro próximo.
O sistema de disputa aprovado pelo IHF (sigla em inglês para Federação Internacional de Handebol) prevê fase preliminar, com quatro grupos de seis países, eliminatória com oitavas-de-final e quartas-de-final, semifinal e final. Os jogos de quartas-de-final em diante devem ser realizados em Florianópolis.
A escolha de Santa Catarina para sediar o Mundial 2011 de Handebol Feminino foi baseada em aspectos como investimentos em infraestrutura, grande interesse pela modalidade, benefício da lei de incentivo fiscal, atrativos naturais, tradição europeia, todos elementos que visam o desenvolvimento do turismo e da economia do Estado. “Santa Catarina tem hoje a melhor infraestrutura do país”, garantiu Redondo. “Gostaria inclusive de agradecer o secretário e o presidente da Fesporte, que acolheram a proposta e não mediram esforços para oficializar a realização deste evento”. O Estado se destaca na modalidade, tendo cinco equipes na liga nacional, três femininas e duas masculinas.
As cidades-sede oficializadas são Balneário Camboriú, Brusque, Florianópolis, Joinville e São José. Entre os itens analisados para a seleção destes municípios estão a facilidade de acesso por aeroportos, o suporte financeiro para a realização do evento, o envolvimento da comunidade e a facilidade de deslocamento por transporte interno, considerando que estão situadas em um raio de 200 km de distância.
Estas cidades ainda passarão por vistorias da Federação Internacional de Handebol. Por determinação da própria IHF, devem apresentar como estrutura mínima hotéis de padrão cinco estrelas para os membros da Federação e equipe, hotéis de padrão quatro estrelas para imprensa e convidados, ginásio para competição e outro para treinamento com infraestrutura e padrão internacional, pessoal capacitado e serviços para viabilização do evento.
Os direitos comerciais do Mundial de Handebol são da IHF, incluindo arena, piso, bolas e equipamentos esportivos. O direito de transmissão do campeonato é da UFA, um canal de televisão da Alemanha que possui contrato vigente com a Federação Internacional até 2012. A previsão é que o torneio seja transmitido para mais de 100 países. Mediante negociação, a Confederação Brasileira pode ter direitos sobre a comercialização de merchandising e a arrecadação de bilheteria.
Além da transmissão televisiva, a proposta de promoção e comunicação do Mundial inclui a utilização de ferramentas como site específico criado com um ano de antecedência contendo informações técnicas e turísticas das sedes, newsletter internacional, e espaço cedido no site e na revista oficiais da IHF. Segundo a Confederação Brasileira de Handebol, será utilizado o conceito “full house”, com ginásios lotados para a apresentação do esporte. A ideia é também promover concursos e apresentações culturais, além de ações promocionais nas sedes. “Queremos lotar as arenas, queremos que as pessoas conheçam a modalidade, que as crianças assistam aos jogos e se envolvam”, disse Redondo.
A realização do Mundial de Handebol Feminino em Santa Catarina vai custar R$ 12 milhões, com recursos oriundos do Ministério dos Esportes, do Governo do Estado, das prefeituras das cidades-sede, da CBHb, além de patrocínios privados.
Handebol no mundo
Esporte olímpico desde 1972 na versão de quadra, atualmente o handebol tem 31 milhões de praticantes no mundo, sendo mais de 1 milhão de equipes profissionais, e possui 159 países filiados. É considerado o segundo esporte mais praticado no continente europeu, superando até o futebol em alguns países.